Que papel tão importante a Natureza e a Montanha possuem na minha vida?
As montanhas se tornaram minha paixão há mais de 20 anos e ao longo desse tempo ajudaram a moldar a pessoa que sou hoje. Estar na natureza é, para mim, uma questão existencial, fundamental para a manutenção do meu equilíbrio físico, mental, emocional, relacional e espiritual. Ferramenta poderosíssima que leva em consideração muitas das minhas linhas de desenvolvimento / inteligência.
E é assim que a Choice também procura estar no mundo: criando oportunidades de desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional a partir de experiências potencialmente transformadoras também em ambientes naturais e de montanha.
Nada substitui a própria experiência de cada coisa vivida, de cada fenômeno, de cada momento. Entretanto, com a pandemia da Covid-19 não tem sido possível organizar as nossas Manhãs de Interiorização, nas quais uma “Experiência de Montanha” pode ser vivida em sua plenitude.
A imagem acima é uma aquarela do Cerro Fitz Roy na Patagônia Argentina e faz parte de uma série de pinturas que fiz em 2019 para o trabalho de pós-graduação em fotografia de um amigo. Foram muitas montanhas aquareladas, sempre mais de uma vez. Definitivamente, uma incrível e genuína experiência de montanha, que demandou dedicação, técnica, pesquisa e entrega à contemplação.
E você, já contemplou uma paisagem de montanha tão profundamente que perdeu a noção do tempo? Já contemplou a beleza do mundo e se sentiu conectado a algo maior? O que uma experiência desse tipo já provocou em você?
De modo diferente, mas muito especial e profundo, contemplei também o Dedo de Deus (imagem acima), para o mesmo trabalho. Estive no cume dessa montanha há mais de dez anos e foi sem dúvida uma das mais significativas experiências que tive como montanhista.
O engajamento em atividade artística afeta o ser humano internamente, através do pensamento e das emoções, mas também externamente, através da criação da obra em si. Por mais que seja possível dividir a prática artística contemplativa em duas categorias – uma com ênfase no processo e outra com ênfase no produto – o mais incrível é quando as duas categorias se mesclam em uma experiência fenomenológica, num processo tão profundo de contemplação consciente, que o resultado obtido vai muito mais além do que a criação da própria pintura.
Foi exatamente esta a experiência que tive, ao produzir esta aquarela. Minha entrega foi tão grande e intensa que ao finalizá-la, sentia com todo o meu corpo que havia estado nela o dia inteiro, vivendo-a por completo, não acreditando no resultado artístico alcançado, nunca antes atingido, sem noção de quanto tempo havia se passado, desde que sentei até finalizá-la.
E você, já experimentou se entregar a uma prática contemplativa assim? Que resultados obteve? Já teve a experiência de que o tempo deixou de existir?
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